Veganismo e Interseccionalidade: Teoria para uma prática

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O veganismo é mais um espaço de disputa entre tantos outros. Dentro do movimento, que é plural (são veganismoS), encontramos discursos politizados, mas também vemos a despolitização preencher os vácuos do movimento. Contudo, percebemos que a imagem do movimento, assim como a sua realidade, é atravessada por aquilo que Cida Bento chamou de pacto da Branquitude.

Há veganos reproduzindo transfobia, racismo, machismo e toda forma de opressão presente na sociedade. Todo tipo de violência (estrutural) que a nossa sociedade reproduz está presente também entre veganos. Não podemos esperar que um movimento seja um espaço pronto e acabado, mas se entramos nele é para disputar e tentar construir mudança coletiva.

Desta forma, contra a despolitização que atravessa o veganismo, o curso pretende mostrar como podemos aprender com outros movimentos que são politicamente mais maduros e mais capilares na nossa sociedade.

Pretendemos oferecer a teoria para que possamos construir a nossa prática em aliança com os diferentes movimentos sociais.

Ser antiespecista é, antes de qualquer coisa, abrir os olhos para uma diferença e ser capaz de pensar uma comunidade entre humanos e animais extra-humanos, abrindo espaço para que uma comunidade não seja construída apenas na identidade, mas na diferença.

Ser antiespecista é, antes de qualquer coisa, um ato de fé no comum e na comunidade, mas uma comunidade muito mais ampla do que o mundo ocidental construiu: uma comunidade que inclui animais, rios, plantas, a atmosfera e toda uma pluralidade de formas de ser e existir.

No final das contas, como dizia Oswald, o de Andrade, a alegria é a prova dos nove.

Resista, dispute, mude e lute. Mas não deixemos nossas alegrias e nossas formas plurais de existir serem apagadas. Onde não há espaço para transformação, não nos demoramos.

Votamos com os pés, queimamos nossos castelos e erguemos novos espaços.

Veganismo é também uma palavra, mas palavra em disputa.

O sentido que damos orienta, também, nossa prática. No curso vamos repensar as bases epistemológicas do veganismo.

Categoria:

Descrição

Curso encerrado na modalidade síncrona, mas as aulas foram gravadas e ainda podem ser assistidas.

Aulas

O que o veganismo pode aprender…

AULA 01: … com o antiracismo? Aph Ko e a animalização dos corpos periféricos

AULA 02: … com o feminismo? A ciborgue de Donna Haraway

AULA 03: … com os povos extraocidentais? O especismo enquanto uma estrutura do Ocidente.

AULA 04: … com a teoria queer? O animal que não existe.

Ministrante

C. C. Coelho é psicanalista e filósofo. Membro do EBEP-RJ,  militante antiespecista, professor e orientador no Programa de Pós-graduação em Filosofia da UERJ, doutor em Ética e Filosofia Política pela PUC-Rio com estágio doutoral na Universidade de Paris X, pós-doutor pela UERJ, mestre e licenciado em Filosofia pela UFRJ. Sua pesquisa e sua luta são inseparáveis: construir novas formas de pensar o comum para além de princípios antrópicos e dos mecanismos coloniais construídos pelo “Ocidente” através de uma bruxaria conceitual e descolonial.

Bolsas

Temos bolsas para alunos cotistas e pessoas trans. Para solicitar uma bolsa, enviar e-mail para estudosdopresente@gmail.com falando, brevemente, sobre o seu interesse no curso e pertencimento aos grupos mencionados.