Nietzsche e o Niilismo: O mais perturbador de todos os hóspedes
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No fim de sua produção intelectual, o alemão Friedrich Nietzsche abordou diversas vezes, e de variados modos, o tema do niilismo. Disse que era o “o mais perturbador de todos os hóspedes” e afirmou que contava “a história dos dois próximos séculos” – isso, ao final do século XIX. O que nos leva a crer que, se ele estiver certo, que ainda teremos que albergar tal visitante por umas décadas.
Mas, mesmo que ele tenha errado no prognóstico, o fantasma do niilismo parece nos circundar com cada vez mais força nos dias de hoje. Por isso que é tão urgente aprender melhor os “hábitos” dessa visita. Visita inesperada para uns e confortante para muitos. Confortante?
Nietzsche não foi o primeiro a falar sobre o niilismo, mas é considerado aquele que conseguiu melhor abordar o tema, criando as bases para todos os estudos que vieram depois. Mesmo que não seja um autor conhecido por formular sistemas, em alguns assuntos, há uma consistência em sua produção. E o niilismo é certamente um deles. Suas habituais contradições apenas reforçam a dificuldade de estabelecer certa “geografia” sobre o conceito – porque o niilismo é exatamente assim: complexo, multifacetado, intrincado. Como a nossa época atual.
Esse curso vai abordar a história do niilismo, as formas como Nietzsche o anteviu, vai se aprofundar na discussão de um famoso fragmento que trata dele diretamente, e sugerirá uma das possíveis consequências de tal modo na vida pública: o fascismo. Sempre se utilizando do pensador alemão e de seus comentadores para nos ajudar a melhor entender o complicado tema.
Descrição
Curso encerrado na modalidade síncrona, mas as aulas foram gravadas e ainda podem ser assistidas.
Aulas
09/08/2023 – A história do niilismo
16/08/2023 – Os niilismos nietzschianos
23/08/2023 – O fragmento Lenzer Heide
30/08/2023 – Niilismo e fascismo
Aula inaugural
Ministrante
Mestre em Filosofia (PUC-Rio) e doutorando em Filosofia (PUC-Rio), além de jornalista, escritor e roteirista. Desenvolve pesquisa sobre Nietzsche e niilismo, como forma de entender uma das faces do fascismo, estudando afetos e conceitos como o ressentimento, má consciência e ideal ascético. No mestrado, fez uma dissertação sobre a questão de deus em Heidegger, com uma leitura sobre a técnica. Tem três livros de ficção publicados: A primeira pessoa e AUTOASSASSINATO (Autografia) e Maquinação (Guará).
Bolsas
O IEP oferece bolsas para alunos cotistas de instituições públicas e pessoas LGBTQI + em situação de vulnerabilidade social. Para solicitar uma bolsa, envie um e-mail para estudosdopresente@gmail.com justificando o seu enquadramento em um destes grupos.